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Mestrado em Relações Étnico-Raciais comemora Dia da Consciência Negra e reabre o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro

Publicado: Segunda, 01 de Dezembro de 2014, 13h14 | Última atualização em Quarta, 23 de Setembro de 2015, 19h46 | Acessos: 1422

Refletir sobre a situação do negro do Brasil contemporâneo a partir de uma produção não acadêmica foi a opção adotada pela coordenação do Programa de Pós-graduação em Relações Étnico-Raciais para marcar as comemorações do Dia da Consciência Negra. A data foi lembrada na última sexta-feira, dia 28, com a exibição do documentário “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado”, do diretor Joel Zito Araújo. O professor Roberto Carlos Borges explica a escolha afirmando que “o gênero documentário trata de uma realidade com a qual dificilmente teríamos contato de outra forma”.


O tema central do documentário é o turismo sexual no Brasil e o tráfico de pessoas para o exterior, cujas principais vítimas são mulheres afrodescendentes. No entanto, o filme tece um cenário muito mais complexo, abordando questões como o sexismo, o machismo, a condição de classe e a exploração sexual infanto-juvenil. A trama é perpassada ainda por uma questão de fundo: o sonho, expresso no próprio título pela remissão a personagens do mundo da fantasia.


Após ouvir o depoimento de mulheres que, por distintas razões, começaram a se prostituir e passaram a vislumbrar a ida para o exterior como o caminho para um final feliz, Joel Zito concluiu que “a história daquelas mulheres mostra que todas elas lutam contra o desinteresse e o abandono. É nesse contexto que surge a figura idealizada do turista. Muitas vão para o exterior com a esperança de realizar sonhos, mas acabam caindo em uma situação muito pior”.


O filme permite perceber a dimensão do desafio que a academia e os movimentos sociais engajados na luta contra a discriminação racial têm pela frente. “Tudo o que temos procurado desconstruir a partir de um trabalho histórico é afirmado como valor por algumas mulheres negras no filme”, comenta o professor Roberto Carlos a respeito do preconceito racial arraigado em nossa sociedade.


Programa reabre núcleo de pesquisa


No dia 28, o Programa de Pós-graduação em Relações Étnico-Raciais também realizou a reabertura da sede do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) do CEFET/RJ.


A Abertura do evento foi realizada pela Professora Nara Maria Carlos de Santana, coordenadora do Mestrado em Relações Étnico-Raciais. O atual coordenador do NEAB e responsável pelas obras de infraestrutura  da nova sede, Professor Sérgio Luiz de Souza Costa, também esteve presente na mesa de abertura.


O núcleo foi criado em 2008, mas ficou fechado entre 2012 e 2013 por questões estruturais. No entanto, como explica Nara Santana, o NEAB permaneceu desativado apenas como espaço físico, pois foram desenvolvidas atividades acadêmicas sob sua chancela.


O professor Roberto Carlos Borges, fundador do NEAB, destaca a importância histórica do núcleo lembrando que ele foi o segundo a surgir na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O primeiro foi fundado em 2006 pela Escola Técnica Federal do Pará, que se transformou no Instituto Federal do Pará. Atualmente, a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica conta com aproximadamente 50 (cinquenta) núcleos espalhados por todo o país.


Além disso, a atividade do núcleo originou o curso de pós-graduação lato sensu “Relações Étnico-Raciais e Educação”, em 2009, e o Programa stricto sensu em “Relações Étnico-Raciais”, ambos oferecidos pelo CEFET/RJ.


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